terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lançamento do Novo Corvette


Sim, finalmente foi lançada a 7ª geração do Corvette! As formas arredondadas deram lugar a muitos ângulos e linhas retas, com um resultado final bastante agressivo, quase futurista. A mítica nomenclatura “Stingray” também está de volta (ao contrário do vidro traseiro bipartido, como muita gente especulava). A plataforma é toda de alumínio, substituindo o aço (das atuais versões básicas) e, segundo a fábrica, tem rigidez estrutural 60% maior.

Na frente, destaque para o extrator de ar no capô, que é funcional (ou seja, “não é enfeite”) e deixa o ar quente do motor sair e “correr” pela parte superior do carro, aproveitando sua menor densidade (solução típica de carros de competição, e inédita em carros de rua). Ainda mais baixo do que o antecessor, sua lateral ficou com aparência nitidamente mais “afiada”. Logo à frente das caixas de roda traseira há dois respiradores, também funcionais: um leva ar fresco para o diferencial e o outro para a transmissão.

A traseira é o ponto mais polêmico, mas a atualização é bem vinda (a mim, só causou estranheza a saída quádrupla de escapamento que, “amontoada” no centro, parece deixar o visual ali um tanto pesado). As lanternas abandonam o tradicional desenho redondo e adotam um trapézio tridimensional de leds, em boa combinação com o desenho anguloso do carro todo.

O interior recebeu mudança ainda mais drástica, atendendo a uma velha reclamação dos fãs: de algo pobre e comum, típico de carros de categorias bem inferiores, para um habitáculo digno do Corvette. Os bancos, outra reclamação eterna, parece que agora são também compatíveis com o que esse esportivo representa; só o uso real vai poder confirmar, mas o desenho ao menos é excelente. São duas opções (uma “GT”, outra para competições), ambas belíssimas e construídas em liga de magnésio (material caro, mas resistente e extremamente leve). O destaque maior vai para os instrumentos, em particular a tela central que muda o desenho conforme a configuração de marcha escolhida.

São cinco opções de configuração no “drive mode selector”: “weather”, para chuva intensa ou neve; “eco”, para máxima economia de combustível; “tour”, para conforto em longas viagens; “sport”, em que todas as funções ficam mais “afiadas” para maior desempenho; e “track”, para desempenho máximo e uso exclusivo em pistas (ou assim supõe-se :-) ). Essas configurações alteram doze parâmetros do carro, incluindo a citada tela central, a rigidez dos amortecedores magnéticos, as respostas do acelerador e do volante, do próprio motor e até do diferencial com limitador de deslizamento.
 
O motor mantém o comando de válvulas no bloco (solução tida como antiquada, mas que é confiável, além de mais barata e mais “baixa” – em termos de centro de gravidade – do que os comandos no cabeçote), mas adota inovações interessantes: injeção direta de combustível, comando de válvulas variável e desligamento de cilindros (tornando-se um “4 cilindros” quando há pouca demanda de potência). O resultado, espera-se, será um carro com desempenho de super esportivo (6,2 litros, 450 cv de potência e 450 lb/ft de torque) e consumo semelhante a sedãs médios. Mais informações sobre a história do magnífico motor “Chevy V8 Small Block” e os motivos de a GM manter o comando no bloco nesta excelente reportagem aqui:
http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2010/10/corvette-c4-zr1-1990-1995-no-coracao-da.html

O rumor sobre a aptidão para rodar com E85 (85% de etanol ou metanol e 15% de gasolina, comum nos EUA), pelo jeito, era só boato mesmo: não há nenhuma referência a isso em todo o material divulgado até agora.

O câmbio é manual (obrigado, Senhor!!!) em inédita configuração de sete (sim, sete) marchas e, no futuro, estará disponível um automático de 8. Não adianta falar de eficiência ou tempo de pista: quem gosta de dirigir está preocupado com isso apenas, dirigir, e nesse aspecto o câmbio manual continua imbatível. Quem se importa que uma dupla embreagem faz você ganhar incríveis 0,48367 segundos por volta numa pista? Quanto tempo você passa no seu carro em estradas, e quanto tempo em “track days”? Tem certeza que esses “segundos a menos” na pista valem o custo de deixar a diversão para um computador, e não para você?

Estou divagando, mas realmente me sinto muito feliz que o Corvette, ao contrário de tantos outros tristes exemplos, mantenha a opção do câmbio manual. Outro motivo de grande alegria para os fãs: a fábrica manteve o famoso teto rígido removível, que agora é de fibra de carbono, assim como o capô, e que é facilmente guardado dentro do porta-malas. Presente no Corvette desde a 2ª geração, o teto removível pode vir pintado na cor do carro ou na aparência natural da fibra, ao gosto do freguês, e faz do Corvette um “cupê-targa”. A opção de um segundo teto transparente, de acrílico, também continua presente.

O carro foi apresentado agora, mas só vai estar disponível no final do ano, já como modelo 2014. Estou ansioso para ver pessoalmente...

Mais informações sobre o carro no site oficial:
www.corvettestingray2014.com

E aqui, em português, o melhor conteúdo “on line” do Brasil a respeito do Corvette (de todas as gerações, não só desta última):
http://corvettebrasil.blogspot.com.br/