domingo, 22 de agosto de 2010

Camiseta Famosa!... :-)


Quem disse que eu não ligo pra moda? Olha o modelito da minha nova camiseta, que coisa mais fashion!...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Menos Guerras no Mundo

Desde sempre ouvimos que “Nostradamus previra” o fim do mundo para o ano 2000. Quando 2000 chegou, disseram que tinha havido uma “falha na interpretação”, e o fim na verdade ocorreria em 2001. Ou seja, a partir de 2002 ficamos livres de ouvir esse tipo de bobagem, certo?

Não, claro que não!... Agora, os “intérpretes de Nostradamus” dizem que o fim virá em 2012 – e, pra melhorar, incluem na trambicagem profética o “fim do calendário maia”... Afirmam que “os sinais do fim dos tempos” estão claramente visíveis (!); o mundo, segundo dizem, estaria cada vez pior: mais crises, mais desastres naturais e, claro, mais guerras. Será mesmo?

Essa discussão é praticamente idêntica à ocorrida – acredite! – no longínquo ano 1000, em que "profetas” também garantiam que o mundo chegaria ao fim. Além, claro, do nosso inexplicável fascínio por “números redondos”, existe nisso um outro aspecto mais fácil de explicar: toda pessoa sempre acredita que a sua geração é a mais importante que já existiu. Afinal, é a geração em que ela vive, ora! Então, se algo glorioso e colossal deve acontecer com o mundo algum dia (inclusive seu fim), deve ser “nesta” geração!...

A verdade é que há cada vez mais gente no mundo, então é natural que haja mais gente morrendo por conta dos desastres naturais. Esse número maior de pessoas normalmente se fixa à beira ou de rios, ou do mar – então também é natural que haja mais gente sujeita a inundações e furacões. O aquecimento global pode ter um peso nisso, mas por enquanto ninguém sabe ao certo se e quanto isso produz de influência.

O mais interessante de tudo, porém, não tem nada a ver com bobagens proféticas: apesar de a população mundial ser cada vez maior, o número de guerras não pára de cair. Apesar de haver um número maior de pessoas disputando o mesmo montante escasso de recursos, há cada vez menos guerras.

Segundo o estudo do Instituto Heidelberg para Pesquisas em Conflitos Internacionais (HIIK, na sigla em alemão), no ano de 2009 o mundo presenciou um total de 365 “conflitos políticos”, entre os quais sete guerras e 24 “crises graves”. O HIIK criou o “Conflict Barometer” (algo como “barômetro de conflitos”, ou “conflitômetro”). Veja a íntegra do estudo aqui: http://hiik.de/en/konfliktbarometer/index.html

Conforme se verifica, os conflitos de Estado contra Estado são cada vez mais raros desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e o número decresceu ainda mais com o fim da União Soviética. Ainda pelos dados do HIIK, essa queda, no entanto, não foi contínua: entre 1980 a 1990 houve crescimento dos conflitos, com um ápice em 1992 (ano de 52 conflitos “altamente violentos”) – exatamente o período do colapso da URSS. As crises mais comuns, desde então, são conflitos internos travados entre grupos rivais de um mesmo país. Ainda que muitas vezes grupos rebeldes recebam auxílio de países estrangeiros, a natureza desse tipo de conflito é muito mais limitada do que as guerras totais entre Estados. O número de vítimas, naturalmente, também é muito menor.

O fenômeno é bastante complexo, mas a causa principal, certamente, é que é cada vez menor o número de ditaduras no mundo. Não é à toa que o fim do nazismo marcou o início dessa queda no número de guerras e que o fim da URSS tenha acentuado a diminuição: até hoje, em toda a história da humanidade, não houve nem um único caso de duas democracias que tenham entrado em guerra. Guerra é coisa de ditaduras. Há, claro, o recente, estúpido e vergonhoso caso de uma democracia que atacou uma ditadura sem ter sido atacada antes (a invasão do Iraque pelos EUA), mas isso é outra história.

Não sei se o mundo vai acabar em 2012, mas há bons motivos para acreditar que, se ainda estivermos por aqui, vamos habitar um planeta um cada vez mais pacífico. É algo pelo qual vale a pena trabalhar.