domingo, 12 de julho de 2009

A Ministra Mentiu

A Exma. Sra. Ministra de Estado Dilma Rousseff mentiu sobre o próprio currículo – e não verbalmente, mas por escrito, no cadastro oficial da plataforma Lattes do CNPQ. Ela afirmava ter os títulos de mestrado e de doutorado em economia pela UNICAMP; no entanto, não tem nenhum dos dois. Desmascarada, admitiu que só tem a graduação e disse que “errou”; e, claro, já corrigiu seu “erro” no Lattes (veja o currículo da Ministra aqui: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4708688A9)

Esse “erro” é bastante estranho por dois motivos. O primeiro é que o Lattes é informado pelo próprio acadêmico; ou seja, o que a Ministra está dizendo é que “se enganou” sobre não ser mestra e não ser doutora. Ora, isso não é estranho? Ela não sabe os títulos que tem? Como alguém “se engana” sobre isso?

Mais estranho, porém, é que a Sra. Ministra da Casa Civil tenha uma “opinião” tão diferente do que diz o Código Penal Brasileiro a respeito (a íntegra do CPB: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del2848.htm). Segundo a lei, esse “erro” tem outro nome: chama-se falsidade ideológica e prevê pena de um a cinco anos de reclusão (CPB, art. 299).

Reconheça-se que há uma certa coerência na atitude da Ministra quanto ao governo de que faz parte; afinal, quem a colocou no cargo sempre se orgulhou de ter se tornado Presidente “sem nunca ter estudado”.

O que vai acontecer com a Ministra que mente e pratica falsidade ideológica? Será que vai ser punida, nos termos da lei? Bom, todos sabemos o que vai acontecer. Nem vai ser preciso que seu chefe diga, a respeito dela, o mesmo que disse sobre o Sr. Senador Sarney (que não podia ser tratado perante a lei como “uma pessoa comum”). Estamos no país do Mensalão, o mais escandaloso e bem provado esquema de corrupção e compra de votos no Legislativo já praticado pelo Executivo de qualquer país. E mesmo com todas as provas, mesmo com tudo apurado, com a comprovação de quanto saiu da conta de quem, para entrar na conta de quem, para comprar qual voto, mesmo com a comprovação irrefutável da participação dos mais altos escalões do Executivo, o que aconteceu?...

O Brasil é um país em que, infelizmente, costuma ser fácil prever o futuro. Ele é sempre muito parecido com o passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário